Por Juliana Leonel
Você já deve ter visto diversos produtos (ou propagandas) usando os termos sustentabilidade, green, ecologicamente correto, eco-friendly etc em embalagens na cor verde, com desenhos de folhas ou outras formas que remetem à natureza. O uso cada vez mais disseminado desses termos em produtos, propagandas, discursos, documentos etc, pode ser fruto do greenwashing. Mas o que é isso?
Greenwashing (ou lavagem verde) é a técnica de usar ideias ambientalistas para criar uma imagem pública responsável, vender mais produtos dando aos consumidores a impressão de melhor desempenho ambiental ou benefícios ambientais de um produto/serviço, ou mostrar uma responsabilidade ambiental que não corresponde às ações. Ela é aplicada por empresas, ONGs, pessoas, governos, instituições etc.
A técnica não é novidade e é usada desde a década de 80. No entanto, ganhou muito mais espaço na última década e é identificado em milhares de produtos.
Mas qual o problema do greenwashing?
Além de gerar confusão nos consumidores, o aumento no uso de técnicas de greenwashing pode ter efeitos negativos sérios na confiança do consumidor e do investidor em produtos verdes.
Exemplos de greenwashing relacionados ao oceano:
1. Calçados e roupas feitos de garrafas PETs retiradas do oceano.
A iniciativa até parece interessante e vende bem. No entanto, representa uma percentagem tão - mas tão pequena - em relação aos demais produtos destas marcas que usam plástico virgem que fica a pergunta “Qual o real impacto dessa iniciativa?”. Além disso, depois que o PET é usado para produzir fibras (para tênis, camisetas etc), ele não pode ser mais reutilizado ou reciclado - como acontece com as garrafas - e precisa ser descartado ou em aterros sanitários ou incinerado.
Também é importante citar que há empresas que dizem que alguns dos seus produtos são feitos de plásticos retirados do mar, mas nas entrelinhas explicam que apenas uma pequena percentagem (10-20%) do plástico usado naquele material veio da reciclagem e o restante é plástico virgem. Outras dizem que usam plásticos que “estavam indo para o mar”, mas o que isso significa? Eles tiraram plástico efetivamente do ambiente ou eles usaram plásticos que foram direcionados para a reciclagem?
E por fim, o que estas empresas têm feito para reduzir realmente o uso de plástico ou para tornar seus produtos mais duráveis e, consequentemente, diminuir a quantidade de produtos descartados?
2. Mineração do fundo do oceano.
Em nome da transição energética - e, consequentemente, de frear o aquecimento global - empresas (e governos) têm defendido que é necessário liberar a exploração de nódulos polimetálicos no fundo do oceano. Embora seja necessário diminuir o consumo de combustíveis fósseis, isso deve ser pensado não só no modo de substituir uma forma de energia por outra, mas mudando hábitos. Por exemplo, se trocarmos todos os carros movidos a gasolina por carros elétricos, estaremos criando outro problema ambiental grave.
O que precisamos é investir em transporte público, repensar as cidades para que as pessoas não precisem se deslocar por grandes distâncias e possam usar meios de transporte alternativos (como bicicletas). Com relação à produção industrial, temos hoje um sistema que incentiva o consumo exacerbado que precisa ser repensado não só por questões climáticas, mas também para diminuir a exploração de recursos ambientais e dos trabalhadores.
3. Selos em pescados.
Selos que atestam que determinado peixe foi retirado do oceano usando técnicas menos destrutivas e com menor geração de descarte de pesca. No entanto, várias denúncias mostram que diversas organizações responsáveis por esses selos não estão realmente fiscalizando como está ocorrendo a pesca e manejo das espécies.
E se você quiser mais exemplos, sugiro a leitura deste texto sobre plásticos biodegradáveis.
Sobre a autora:
Formada em oceanologia na FURG com doutorado em oceanografia química pela USP. Entre um trabalho, uma bolsa e um intercâmbio passou também pela Unimonte, UFPR e UFBA, Texas A&M University, Health Department of New York, Heriot-Watt University e da Stockholm University. Atualmente é professora adjunta na UFSC. Trabalha com poluição marinha, principalmente contaminantes sintéticos e resíduos sólidos. Mas também atua na geoquímica estudando o ciclo do carbono no ambiente marinho. Desde abril/20 tem se aventurado como mãe do Ian. Não abre mão de cozinhar e experimentar novos sabores, mas não sem antes estudar os processos/química que tornam um prato possível. Também gosta de viajar, ler, fazer trilha e tomar um banho de mar (ou cachoeira). Participa do BPCN desde 2018 como editora e é a chata dos "direitos autorais" e quer que todos usem/produzam material livre com licença creative commons.
The discovery of black oxygen at the bottom of the sea opens up exciting new possibilities for marine research and environmental science. It's a reminder of how much we still have to learn about our oceans. If you're delving into related topics for your studies, don’t hesitate to seek out master thesis help to ensure your research is thorough and well-supported.
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