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Será que existe luz no fundo do mar?


Já falamos aqui no blog que sabemos mais sobre o espaço sideral do que sobre os oceanos. Se quisermos saber mais sobre o fundo dos oceanos, o assunto fica ainda mais misterioso. No fundo dos oceanos, a luz do sol não consegue penetrar, então não temos fotossíntese, a base energética da maioria das cadeias alimentares. Apesar disso, existe bastante vida no oceano profundo, e acreditem, tem também muita luz. Isso mesmo, um estudo publicado este ano na Scientific Reports estimou que mais de 75% dos organismos marinhos que vivem até 4000 m de profundidade conseguem produzir luz, um fenômeno chamado de bioluminescência. 


Uma enorme variedade de animais como peixes, vermes, medusas, crustáceos, lulas e polvos conseguem emitir sua própria luz, o que pode promover um verdadeiro show de luzes no fundo do mar. A bioluminescência já é considerada uma característica ecológica (ecological trait), ou seja, é uma característica tão importante que a gente espera que animais que vivem nos oceanos a apresentem. Agora você deve estar se perguntando, por que será que é tão importante produzir luz? Bem, graças à ciência, podemos matar um pouco da nossa curiosidade sobre este ambiente tão pouco explorado. O que se sabe hoje é que organismos produzem sua própria luz para:


Se defender de predadores: 

1 - através de camuflagem (o animal consegue assumir cores semelhante ao seu ambiente para se esconder e escapar dos predadores);

Uma lula usando bioluminescência para se esconder no fundo do oceano. Fonte


2 - e distraindo o predador (alguns animais conseguem expelir materiais luminescente criando um "sósia" para enganar seu predador enquanto escapam).

Esse camarão é capaz de produzir bioluminescência de duas formas: uma secreção azul que é expelida pela boca para enganar predadores, bem como outros órgão são capazes de emitir luz como os membros, abdômen e olhos. 


Reprodução

Encontrar um parceiro no escuro não deve ser nada fácil. Algumas espécies emitem flashes de luz para atrair potenciais parceiros sexuais ou ainda, como essa glow worm, cuja fêmea emite uma luz constante que se apaga, uma vez que tenha acasalado.






Tomopteris helgolandica é um verme do mar, uma das raríssimas espécies de animais capazes de produzir luz amarela. A bioluminescência neste caso é emitidas no final dos parapódios (essas estruturas que se assemelham a perninhas), quando o animal é perturbado. Acredita-se que serve para distrair predadores.





Conseguir comida

Alguns peixes podem ser atraídos por pequenos pontos de luz emitidos pelo predador, que os captura quando se aproximam. Ao lado, temos o Angler fish ou peixe pescador.


Os organismos podem produzir luz de duas formas diferentes: pela mistura entre dois compostos químicos (uma luciferina, que produz luz de fato, e uma luciferase, enzima que catalisa a reação) causando uma reação que produz luz, ou por meio da associação com diminutos microorganismos (como bactérias) que produzem luz pelo mesmo método.

Juvenis de polvo (esquerda) e lula (direita) nas águas do Tahiti. 



A bioluminescência também pode ser útil para nós, humanos. Cientistas podem usar compostos químicos produzidos por animais que brilham em pesquisas médicas para iluminar as células que serão vistas ao microscópio. Da mesma forma, é possível visualizar células cancerígenas por meio destes compostos químicos. Um outro exemplo é a proteína relacionada com a fluorescência verde (Green Fluorescent Protein), encontrada em certas medusas, que é utilizada como marcador genético pelos cientistas. 



Ainda não se sabe exatamente qual a função da luminescência em Ctenóforos. Sabe-se que os padrões de cada espécie são únicos. Eles emitem tantas cores quanto um verdadeiro arco-íris, não é incrível? Não deixe de checar o vídeo! 





Se você gostou do que leu e quer saber mais sobre o assunto, comenta aqui que a gente tenta matar sua curiosidade!

 

Para saber mais:




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