Por Gabrielle Souza
Você já ouviu o termo “Maricultura”? Sabe qual a importância dessa prática? No Descomplicando Netuno de hoje vamos falar sobre isso!
Você já deve ter escutado falar sobre a criação de algas e animais aquáticos em viveiros, não é mesmo?! Esta prática é conhecida como aquicultura, que nada mais é do que criar condições parcial ou totalmente controladas para cultivar esses organismos. Para ser considerada uma atividade de aquicultura, segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), são necessários três requisitos:
Que o organismo possua habitat predominantemente aquático em algum estágio de seu desenvolvimento;
A existência de manejo e produção;
A existência de um proprietário da criação (não é um bem coletivo).
A aquicultura é um termo muito amplo e engloba todos os organismos que vivem em ambiente aquático. Por isso, para o cultivo e criação dos organismos marinhos ou estuarinos foi criado o termo maricultura.
A maricultura pode ser subdividida de acordo com o tipo de organismo cultivado, como por exemplo: peixes (piscicultura), crustáceos (carcinicultura - que se restringe somente a camarões no Brasil), moluscos (malacocultura) e algas (algicultura).
Você deve estar se perguntando, “como estes organismos são criados e obtidos?” Geralmente os organismos são obtidos no ambiente natural em seu estágio jovem, porém também podem ser produzidos em laboratório, incluindo a reprodução e criação de larvas, conhecida como larvicultura.
Depois da obtenção da forma jovem, os organismos são cultivados em viveiros escavados, tanques ou no mar, comumente em ambientes costeiros abrigados como baías, golfos, entre outros. Os viveiros mais utilizadas para criar este animais no mar são: gaiolas, longlines, balsas e tanques-rede.
Figura A: Longlines (ou longa linha). Fonte
Figura B: Lanterna com cinco andares, utilizados para criação de moluscos. Fonte
Figura C: Gaiola utilizada para criação de peixes. Fonte
Para cada tipo de cultivo utiliza-se condições físico-químicas da água adequadas e controladas, como por exemplo temperatura, iluminação, salinidade, concentração de oxigênio dissolvido, amônia e nitrito.
Na tabela abaixo observa-se a produção em toneladas da maricultura brasileira entre os anos de 2008 a 2010, onde as práticas mais comuns são carcinicultura e malacocultura. No país a maricultura é praticada em todos os estados costeiros e está, a cada dia mais, se estabelecendo como atividade produtora do pescado, sendo uma fonte de renda para diversas famílias, que garantem o sustento com essa prática. São destaques a região sul, em Santa Catarina, com a produção de mexilhões, ostras e vieiras.
Tabela Adaptada de Castello & Krug, 2015
A maricultura é vista com grande importância na produção de alimentos e para outros ramos da indústria. É uma atividade de potencial crescimento, podendo atender o déficit entre demanda e oferta dos produtos pesqueiros. Porém, como qualquer outra intervenção humana na natureza, a maricultura tem seus pontos negativos e positivos. Ao mesmo tempo que é uma atividade que não sobrecarrega os estoques pesqueiros naturais, que gera fonte a comunidades tradicionais, pode causar desmatamento em áreas costeiras, a contaminação das águas, a introdução de espécies exóticas (que não são nativas) entre outros problemas. Assim sendo, faz-se necessário buscar uma maricultura cada vez mais sustentável, que minimize os impactos ambientais, e beneficie a sociedade e a economia local. Falaremos mais sobre isso em outro post, aguardem!
Para saber mais:
Referências:
CASTELLO, Jorge Pablo; KRUG, Luíz Carlos. Introdução às Ciências do Mar. Pelotas: Textos, 2015. 602 p.
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